Archive for the Cultura Tibetana Category
Dragphur
Dragphur – Amuleto de Proteção Tibetano
Este é um amuleto da forma irada de Padmasambhava, Dragphur, um escudo para os demônios gyalpo. É um tesouro da Linhagem de Dudjom Tersar. Os escorpiões de ferro são protetores (Guru Rinpoche) que devoram as negatividades e obstáculos associadas à existência humana, representadas pelo corpo.
Uma imagem extremamente poderosa, esta Terma é tradicionalmente utilizada pela comunidade tibetana como proteção contra obstáculos, influencias demoníacas e espíritos negativos. Esta imagem pode ser colocada em carros, casa ou janelas.
Jasper
Jasper é uma variedade opaca e impura de quartzo encontrada em várias cores, incluindo branco, marrom, amarelo, vermelho e verde. Muitas vezes é listrado, salpicado ou multi colorido. Pode facilmente ser polido e usado para colares e artesanato.
Jasper era uma jóia favorita no mundo antigo, podendo ser rastreada até as culturas hebraica, assíria, persa, grega e latina. O jaspe egípcio é marrom, aparecendo como nódulos no deserto da Líbia e no vale do Nilo, entre o Mar Vermelho e o Cairo e distinguido por zonas de tons claros e escuros de cores.
Propriedades curativas
Jasper é uma pedra de gentileza e relaxamento. Traz tranquilidade, conforto e integridade. Às vezes é chamado de pedra nutritiva por suas energias protetoras.
Psicamente, o jaspe é usado para ajudar na viagem astral.
No reino físico, o jaspe é calmante para a vesícula biliar do fígado e para o estômago e para equilibrar as energias yin-yang.
Fonte: http://www.exoticindiaart.com
Avatar
Avatar (Sanskrit: अवतार, IAST: avatāra), literalmente é “aquele que advem”.
Uma manifestação corporal de uma entidade, ser ou força cuja a natureza original é imaterial.
Uma encarnação plenária ou parcial divina que aparece no domínio mundano para executar uma missão divina específica.
(GOSWAMI, 1986, p.121)
Dívidas Cármicas
Dívida cármica (Tib ལན་ཆགས་, lenchak; Wyl. Lan Chags) – ou débito cármico é uma ‘dívida’ que incorre em relação a outros seres sencientes por receber algo de positivo deles, ou por abusar deles, e que se manifesta mais tarde em nossas vidas através da lei de causa e efeito: o karma (ou carma) . Há uma série de práticas budistas que podem ajudar a acertar essas dívidas, principalmente as práticas de Riwo Sangcho e Chod .
Dzigar Kongtrul Rinpoche escreve:
- Len significa literalmente “tempo” ou “ocorrência”, enquanto chak refere-se a “apego”, “atração” ou a noção de atração cármica em direção a alguém, geralmente de uma maneira doentia. Assim, lenchak pode ser entendido como o resíduo que nos revisita, da dinâmica de um relacionamento de uma vida passada, uma dinâmica agora reforçada por reações habituais recorrentes. [1]
Dodrupchen Jikmé Tenpé Nyima explica que:
- Dívidas kármicas incluem:
- débitos que encurtam nossas vidas porque nós matamos;
- dívidas que nos atormentam com doenças porque atacamos e agredimos outras pessoas;
- dívidas que nos fazem pobres porque roubamos;
- dívidas a senhores e subordinados [2] ;
- e dívidas por acidentalmente matar homens e animais. [3]
Yarlha Shampo
As escrituras dizem que “Yar-lha-sham-po é o deus supremo”, embora não sejao pico mais alto da montanha no Tibete, é apenas do vale de Yarlung, onde a montanha está localizada, é o berço do povo tibetano. Talvez Yarlha Shampo seja chamado de deus principal das montanhas tibetanas, porque foi no vale de Yarlung que muitas tribos e clãs tibetanos uniram-se e foram levados a uma única potência.
De acordo com a popular lenda local, Jarlha Shampo é retratado como um enorme iaque branco, de cuja boca e nariz sopram nevascas continuamente. Ele é dotado de um poder mágico extraordinário: ele pode destruir as rochas, causar inundações e até se transformar em um homem para ter relações sexuais com mulheres e se tornar o pai de um novo povo.
Às vezes essa divindade é retratada como um homem vestido com vestes brancas, e o corpo branco como uma concha, segurando em suas mãos lanças curtas com bandeiras de seda coloridas e uma espada de cristal. Esta imagem é desenhada geralmente acompanhada por sua esposa e filhos.
Dusum Sangye
Barched Lamsal (ou Dusum Sangye)
Esta é a Prece Vajra de Seis Linhas:
༈ རྡོ་རྗེ་ཚིག་རྐང་དྲུག་གི་གསོལ་འདེབས།
The Prayer in Six Vajra Lines
a revelation of Chokgyur Dechen Lingpa
དུས་གསུམ་སངས་རྒྱས་གུ་རུ་རིན་པོ་ཆེ༔
dü sum sangye guru rinpoche
Embodiment of buddhas of past, present and future, Guru Rinpoche;
དངོས་གྲུབ་ཀུན་བདག་བདེ་བ་ཆེན་པོའི་ཞབས༔
ngödrub kün dak dewa chenpö shyab
Master of all siddhis, Guru of Great Bliss;
བར་ཆད་ཀུན་སེལ་བདུད་འདུལ་དྲག་པོ་རྩལ༔
barché kün sel düdul drakpo tsal
Dispeller of all obstacles, Wrathful Subjugator of Māras;
གསོལ་བ་འདེབས་སོ་བྱིན་གྱིས་བརླབ་ཏུ་གསོལ༔
solwa deb so jingyi lab tu sol
To you I pray: inspire me with your blessing,
ཕྱི་ནང་གསང་བའི་བར་ཆད་ཞི་བ་དང༌༔
chi nang sangwé barché shyiwa dang
So that outer, inner and secret obstacles are dispelled
བསམ་པ་ལྷུན་གྱིས་འགྲུབ་པར་བྱིན་གྱིས་རློབས༔
sampa lhün gyi drubpar jingyi lob
And all my aspirations are spontaneously fulfilled.
ཞེས་གཏེར་ཆེན་མཆོག་གྱུར་བདེ་ཆེན་གླིང་པས་སེང་ཆེན་གནམ་བྲག་གི་གཡས་ཟུར་བྲག་རི་རིན་ཆེན་བརྩེགས་པ་ནས་སྤྱན་དྲངས་པའི་དུས་བབས་ཀྱི་གསོལ་འདེབས་འདི་ཉིད་བྱིན་རླབས་ཤིན་ཏུ་ཆེ་བས་ཀུན་གྱིས་ཁ་ཏོན་དུ་གཅེས་པར་ཟུངས་ཤིག །
Discovered by the great terma-revealer Chokgyur Dechen Lingpa, from the right-hand side of the Sengchen Namdrak rock on Mount Rinchen Tsekpa, ‘The Pile of Jewels’. Because the blessing of this prayer, one intended for this present time, is so immense, it should be treasured by all as their daily practice.
Revised translation by Patrick Gaffney, 2015
Referência: http://www.lotsawahouse.org/tibetan-masters/chokgyur-dechen-lingpa/prayer-in-six-vajra-lines
Prato de Mandala
Prato de Oferenda de Mandala
Partes da mandala de oferenda:
- A base do mandala;
- O primeiro aro, para a mandala do nirmanakaya, é o universo dos primeiros mil mundos;
- O segundo aro, para o mandala sambhogakaya, é o universo dos segundos mil mundos;
- O terceiro aro, para a mandala do dharmakaya, é o grande universo dos terceiros mil mundos;
- A ponta.
OM AH HUNG
Nirmanakaya Mandala Offering
One billion universes—a hundred times ten million worlds,
Filled with all the wealth of gods and human beings, like the “seven precious gems”,
My bodies, my possessions, and my sources of merit, all together, I offer them in their entirety, so that
I may be born as a nirmanakaya and turn the wheel of Dharma, liberating all beings!
Sambhogakaya Mandala Offering
The highest heaven of great bliss, the realm of “Tukpo Köpa”,
Perfect with the five certainties and the mandala of the five buddha families, and
Inconceivably vast clouds of offerings of every variety of sensual and emotional stimulants—
With this offering, may we enjoy the perfection of the sambhogakaya fields!
Dharmakaya Mandala Offering
Where all appearance and existence are completely pure from the very beginning—the youthful vase body,
Ornamented by the play of dharmata, unceasing compassion,
The realm where all clinging to the perception of kayas and tiklés is naturally liberated—
With this wisdom offering, may we enjoy the freedom of the dharmakaya reality!
Referências:
http://www.rigpawiki.org/index.php?title=Longchen_Nyingtik_Ng%C3%B6ndro
Seres Senciêntes
A palavra senciência é muitas vezes confundida com sapiência, que pode significar conhecimento, consciência ou percepção.
Fio de 5 Cores
Fio Tramado Tibetano de 5 cores
O fio trançado de 5 cores da cultura tibetana é geralmente feito com as cinco cores:
amarelo, verde, vermelho, azul e branco. Às vezes o azul é substituído por preto.
Essas cores representam os cinco elementos e as cinco sabedorias.
- Preto, ou azul, simboliza o céu e o espaço;
- Branco: ar e vento;
- Vermelho: o fogo;
- Verde: água;
- Amarelo: simboliza a terra.
De acordo com a medicina tibetana tradicional, saúde e harmonia são produzidas através do equilíbrio desses cinco elementos. Por isto este fio é tradicionalmente usado para pingentes e para tecer amuletos de proteção (sungma).
Prostrações
Prostrações
A prostração é um gesto de reverência profunda. Reverenciar o Buda gera muito mérito, e em particular a prática/voto de refúgio é a maneira pela qual nos tornamos receptivos aos ensinamentos e ao treinamento budista.
Reverenciamos o Buda em corpo, fala e mente. Isto é, ao mesmo tempo em que pensamos nas qualidades e na realização do Buda e nos admiramos e enchemos de emoção, expressamos isto através de orações e de ações corporais, preferencialmente simultaneamente, mas também como der, sempre que lembrarmos.
A prostração purifica os venenos mentais, em particularmente o orgulho. Também é um bom exercício vitalizante, e meditadores precisam de exercício físico por passarem tanto tempo sentados. Além disso, como já disse, o mérito gerado é muito grande, e precisamos de mérito para nosso benefício em termos mundanos (temporário: saúde, sobrevivência, bem-estar) e no sentido do darma também (para sermos capazes de encontrar e aproveitar o darma que encontramos e consumá-lo).
Para executar as prostrações, nos botamos de pé, colocamos as mãos no mudra da oração (palmas juntas, levemente curvadas — só a base da palma e as pontas dos dedos se encontram — e dedões relaxados, com as pontas levemente dentro da curvatura formada) na altura do coração (ao centro do peito, não na frente do coração…)
Buda Sakyamuni, Senhor do Refúgio desta era degenerada…
Simultaneamente visualizamos à frente, elevado a uma altura um pouco acima do horizonte, o Buda Sakyamuni, com os arhats de um lado, bodisatvas do outro, os mestres da linhagem, assim por diante, formando um campo de refúgio. Se for muito complicado, podemos apenas visualizar o Buda, ou apenas imaginar sua presença, como se ele estivesse mesmo ali em pessoa. Pode haver uma imagem ou um altar para nos lembrar da forma do Buda. Mas é importante não se prostrar apenas à forma do Buda, é preciso lembrar que essa forma é vazia. Uma prostração perante apenas a forma (visualizada ou física) acumula mérito, mas não é o mais correto.
No vajrayana geralmente o campo de refúgio é descrito em detalhes exaustivos, e varia de linhagem para linhagem. O essencial é reconhecer nosso lama raiz como indissociável de todas as fontes de refúgio. As instruções específicas para a prática de sua linhagem devem ser obtidas com o seu professor.
Para incrementar o mérito, podemos visualizar também todos os seres prostrando-se conosco. Se for difícil visualizar uma multidão, começamos pelos nossos pais, amigos, inimigos, quem vier à mente.
Começamos então a recitar a prece particular de nossa linhagem, ou apenas ficamos em silêncio. Um voto de refúgio comum na tradição tibetana é
No Budha, no Darma e na excelente assembleia da Sanga,
até que alcance a iluminação, neles eu tomo refúgio.
Através da minha prática das seis perfeições,
possam todos os seres sencientes alcançar o estado de buda.
Pode se usar também o voto de refúgio cantado em páli, no caso em que cada prostração é feita após uma linha recitada.
No caso de quatro versos, como acima, pode-se recitar dois durante a descida e dois durante a subida.
Enquanto recitamos, portanto, ou ao final da recitação, ou em silêncio, colocamos as mãos ainda no gesto de oração no topo da cabeça, na frente da garganta e ao peito novamente. Então descemos ao chão e ficamos deitados de bruços, com as mãos esticadas à frente. Ainda no chão, colocamos as mãos no mudra do oração na altura da nuca.
Nos levantamos e colocamos as mãos na altura do coração novamente.
Se não houver espaço para esticar-se completamente à frente, na forma curta apenas tocamos a testa ao chão.
Repetimos o movimento em geral no mínimo três vezes.
A prostração deve ser executada sempre que possível, mas em geral ao acordar, antes da prática diária. Toda vez que estamos diante de um monumento sagrado, ou entramos numa sala de prática. Toda vez que um mestre se senta para dar ensinamentos, e assim por diante.
Em geral não nos prostramos como forma de despedida, ou seja, ao final. Mas isso é apenas superstição. Podemos nos prostrar quando quisermos, desde que não incomode ninguém.
Algumas vezes em ensinamentos menos formais e com muitos iniciantes, particularmente num auditório que não seja especialmente consagrado ao darma, pode ser inadequado ou pelo menos estranho prostrar-se. Nesse caso se a motivação for não criar ideias negativas na cabeça das pessoas, não há problema em não nos prostrarmos. Em outros casos sempre é claro podemos não prostrar, particularmente quando de fato ainda não nos sentimos inclinados a tomar refúgio. Porém, para aqueles que tomaram refúgio, é uma prática excelente. Diz-se que se alguém assiste alguém se prostrando, isso já gera um mérito incomensurável para esta pessoa que está apenas vendo o gesto, que dirá de quem o realiza. Sem falar que purificar os venenos da mente é essencial, e a prostração é um bom método.
Sustentar a visualização e a mente de refúgio durante um número grande de prostrações é também uma prática de concentração. Reconhecer a vacuidade nas formas dos objetos de refúgio e daquele que se refugia é uma prática de “insight”. Assim, a prostração em si é uma prática completa. E mesmo que uma pessoa tenha como prática apenas a prostração ela pode alcançar o resultado último.
Após as prostrações, sentamos para praticar ou ouvir ensinamentos, e em alguns casos há instruções sobre dissolver o campo de mérito em nós mesmos, reconhecendo a inseparatividade entre o temporal que se prostra e o atemporal reverenciado.
Sua Santidade o Dalai Lama, com setenta anos de idade, ainda faz 300 prostrações por dia.
Com relação ao famoso compromisso de fazer-se 100.000 prostrações, fazendo-se 300 por dia, é possível completar 100 mil num ano. Então não são tantas assim. Com 100 por dia, 3 anos. E algumas pessoas ainda pagam academia! Conheço uma pessoa que completou 100.000 em dois meses. O importante é sempre fazer um pouco, mesmo 27 ou 7 por dia, ao longo de 10 ou 40 anos, acumulam 100.000. Realmente esperamos nos iluminar em 10 ou 40 anos, para que não precisemos mais praticar esse compromisso mínimo, que leva menos de 5 minutos por dia? As pessoas fazem mais rápido do que isso porque entendem a impermanência e sabem que podem morrer antes da próxima inspiração! 65 anos de prática do Dalai Lama com certeza já conta com milhões de prostrações (e, pasmem, nesta que é a 14ª vida que ele recebe o nome de “Dalai Lama”!)
De fato, o número de 100.000 é arbitrário, e é o MÍNIMO, na tradição tibetana, para considerar-se que a pessoa realmente sustentou algum compromisso com o darma. Esse é um número em particular ligado a tradição tibetana, e certos mestres requisitam essa prova mínima de comprometimento para concederem certos ensinamentos porque crêem que isso em alguns casos cria a receptividade e o mérito necessário para podermos entendê-los. Em geral não são apenas 100.000 prostrações, as prostrações são uma das acumulações numa prática que envolve outras etapas (4 ou 5 práticas diferentes devem ser acumuladas, algumas bem mais de 100.000 vezes). Pelo menos 80 brasileiros já completaram estas acumulações, no Brasil, e provavelmente são muito mais. Conheço pessoas que realmente trabalham e tem filhos e vão ao cinema que completaram estas acumulação em menos de um ano.
Por outro lado, algumas pessoas terminam estas acumulações e acham que então podem descansar. Não é o caso. O carma das pessoas é muito vasto e variado. Algumas pessoas podem alcançar grandes resultados com pouquissima prática, mas ainda assim provavelmente ainda faltará algo, então não é motivo para parar enquanto não somos completamente iluminados. Por outro lado, outras pessoas fazem muita prática e obtém pouco resultado, nesse caso mais ainda elas devem praticar, se elas realmente entendem que o samsara é sofrimento, e que o Buda ensinou métodos efetivos.
Caso a pessoa tenha impedimentos físicos reais de fazer prostrações, ela pode pedir a seu professor por alguma prática substituta. Algumas tradições budistas não enfatizam tanto as prostrações como o budismo tibetano, mas em todas elas as prostrações existem e podem ser feitas, sem dúvida com benefícios.