Archive for the Cultura Tibetana Category
Lama Rigzin
Lama Rigzin foi estudante de S. Ema. Chagdud Tulku Rinpoche desde 1992, primeiramente no Rigdzin Ling, Califórnia, e, desde 1995, no Brasil. Durante esse período ele atendeu a muitos ensinamentos e retiros, e serviu Rinpoche de maneiras variadas. Suas habilidades em construção e artesanato foram extremamente valiosas durante a construção do templo no Khadro Ling, e, sendo um excelente artista, trabalhou com Rinpoche em projetos artísticos, mais notavelmente na grande estátua de Buda Akshobia. Ele também serviu como tchopen (mestre de altar), umze (mestre em entoar), dançarino de dança dos lamas e como tradutor do Rinpoche. Suas qualidades foram oficialmente reconhecidas por Rinpoche em uma ordenação como lama em 2002. Lama Rigdzin e sua esposa, Lama Yeshe, foram convidados a ser os lamas residentes do Chagdud Dordje Ling em Curitiba, Paraná. Lama Rigdzin se comunica em português.
Lama Pema Dorje
Lama Pema Dorje nasceu em 1942 nas margens do rio Ganges em Rishikesh na Índia, em uma família de iogues cujos ancestrais podem ser traçados à linha paternal de Milarepa. Sua primeira fala foram sons sânscritos e mantras. Aos quatro anos foi reconhecido como reencarnação de um mestre indiano realizado e iniciou sua educação budista. Mais tarde, Kyabje Chatrul Rinpoche o reconheceu como uma encarnação do mahasida indiano Padampa Sangye.
Aos dezessete anos, Lama Pema Dorje encontrou seu guru raiz, Kyabje Dudjom Rinpoche, de quem recebeu a transmissão completa da linhagem de Dudjom, assim como outros ensinamentos nyingma. Do mestre butanês Pema Wangchen Rinpoche recebeu ensinamentos de tsalung e tumo, incluindo os cinco ramos e as seis iogas, abrangendo assim todos os aspectos dos ensinamentos externos, internos e secretos.
De Kyabje Dilgo Khyentse Rinpoche recebeu tesouros nyingma além de conselhos e instruções pessoais. De Kyabje Thinley Norbu Rinpoche recebeu a Iniciação das Três Raízes e instruções de Dzogchen de acordo com o texto O Estado Búdico Sem Meditação, de Dudjom Lingpa, e outros textos Ati. Também recebeu transmissões do 16º Karmapa, do 14º Dalai Lama, Kyabje Sakya Trinzen, Taklung Tsetrul Rinpoche e Sakya Chogyed Rinpoche.
Em 1991, Kyabje Dilgo Khyentse o autorizou e encorajou a espalhar o Darma. Mais tarde ele aceitou o convite de Chagdud Tulku Rinpoche para ensinar nos Estados Unidos. Desde então tem ensinado alunos do Brasil, Taiwan, Japão, Tibete, etc.
Lama Padma Yontan Gyatso
Lama Padma Yontan Gyatso começou seu treinamento budista formal na Índia em 1970 com o Venerável Kalu Rinpoche, grande mestre de meditação. Ao retornar aos Estados Unidos, entrou no Programa de Estudos Budistas na Universidade de Washington. Nessa época também recebeu muitos ensinamentos do já falecido Venerável Dezhung Rinpoche, um mestre de todas as linhagens. Formou-se em 1974 e logo após fez vários retiros de meditação. Em 1982 tornou-se aluno de Chagdud Tulku Rinpoche que o ordenou como lama em 1996, nomeando-o professor do Chagdud Gonpa Amrita em Seattle, EUA.
Lama Padma ensina e pratica com grupos de meditação e estudo no noroeste dos Estados Unidos, entre eles vários grupos budistas em prisões estatais. Há quarenta anos é um ávido praticante de tai chi chuan e dá aulas e workshops de chi kung. Lama Padma também coordena o desenvolvimento do Chokdrup Ling, um centro de retiro de 250 acres na região de Four Corners no sudoeste do Colorado. Fala tibetano fluentemente e traduziu a longa sadana da prática de Avalokiteshvara da linhagem Tromge, da qual é também detentor da linhagem e autorizado a conceder iniciações.
Lama Padma Samten
Sua organização Centro de Estudos Budistas Bodisatva (CEBB), fundada por ele em 1986, organizou os primeiros ensinamentos do Rinpoche no sul do Brasil. Lama Samten recebeu treinamento de professores de várias tradições budistas, incluindo a Zen, e viajou à Ásia em muitas ocasiões. Ele contribuiu com um esforço enorme para trazer grandes mestres para o Brasil, incluindo Sua Santidade o Dalai Lama.
Reconhecendo suas qualidades como um meditador, Chagdud Rinpoche o ordenou como Lama Padma Samten no Khadro Ling em dezembro de 1996. Desde então, Lama Samten tem viajado e ensinado incansavelmente, ajudando a estruturar e manter grupos de prática no Brasil. Seus ensinamentos foram parcialmente publicados nos seguintes livros: Meditando a Vida, Jóia dos Desejos, O Lama e o Economista, Ensinamentos de Bolso: Relações e Conflitos, Mandala de Lótus, e nas revistas Bodisatva.
Atualmente ele reside no centro principal do Instituto Caminho do Meio, no Centro de Estudos Budistas Bodisatva em Viamão, Rio Grande do Sul.
Lama Padma Norbu
Lama Padma Norbu nasceu em Denver, Colorado, em 1948 e se formou como engenheiro elétrico. Em 1980, conheceu S. Ema. Chagdud Tulku Rinpoche, seu professor-raiz, e em dezembro de 1981 casou-se com Lama Tsering.
Depois de completar o ciclo de ensinamentos e retiros de Dzogchen, foi ordenado lama na tradição Vajraiana em 1996. Por mais de 20 anos serviu o seu professor com suas várias habilidades – como tesoureiro e gerente de grandes projetos de construção, incluindo os templos do Khadro Ling e Odsal Ling.
Completou um retiro solitário de dois anos sob a orientação de Chagdud Rinpoche. Seus ensinamentos focam-se na integração de princípios budistas com os desafios da vida diária. Excelente contador de histórias, é profundamente engajado na educação ética das crianças da sanga e na participação de crianças no projeto social do Chagdud Gonpa, o Sítio Esperança.
Por 20 anos trabalhou com o seu professor, S. Em. Chagdud Rinpoche na execução de vários projetos como a construção de centros de retiros e do templo do Khadro Ling, localizado no sul do Brasil. Posteriormente, completou um retiro solitário de dois anos sob a orientação de Chagdud Rinpoche e foi encorajado a dar ensinamentos e a compartilhar a sua experiência na integração de princípios budistas com os desafios da vida cotidiana. Após o retiro, ajudou com o planejamento e construção do Templo Odsal Ling próximo a São Paulo.
Ele e sua esposa, Lama Tsering Everest, atualmente moram em São Paulo, onde ele divide o seu tempo entre as atividades do templo Odsal Ling, ensinamentos, e projetos relacionados às crianças- Ciranda do Darma e Sítio Esperança.
Lama Padma Dorje
Lama Padma Dorje (Jeffrey Miller) tornou-se aluno próximo de S. Ema. Chagdud Rinpoche no início da década de 80, quando Rinpoche residia no estado do Oregon. Eles trabalharam em muitos projetos e Lama Dorje participou de vários retiros de Dzogtchen e Drubtchens. Um dos principais praticantes das danças dos lamas do Chagdud Gonpa, ele treinou muitos dos dançarinos atuais.
Por vários anos, ele foi um membro ativo do Comitê de Tradução da Padma Publishing e dedicou seus recursos à tradução dos Sete Tesouros de Longchenpa, cuja publicação era uma das mais fortes aspirações de Chagdud Rinpoche.
Em 1996, Rinpoche ordenou Lama Dorje. Atualmente, ele vive com sua esposa, Lama Trinley, e seus dois filhos em Cottage Grove, no Oregon, onde são lamas residentes do Dechhen Ling, o primeiro centro de Rinpoche.
Khenpo Sonam Tashi
Khenpo Sonam Tashi nasceu no Butão em 1952 e foi assistente de Dzongsar Khyentse Rinpoche entre 1966 e 1983 e conseqüentemente recebeu um treinamento excelente por parte dos tutores e do avô de Dzongsar Khyentse Rinpoche, o respeitado Lama Sonam Zangpo.
No Sikkim, presenciou a entronização de Dzongsar Khyentse Rinpoche e também o acompanhou quando este estudou no Royal Chapel Monastery e na Faculdade Sakya. Além de sua formação filosófica, estudou as artes das rituais com Lama Sonam Zangpo e Lama Chogden, tchödpön da encarnação anterior e primeiro tutor de Dzongsar Rinpoche após a entronização.
Atualmente, Khenpo Sonam Tashi é o abade do Chökyi Gyatso Institute no Butão, mas com freqüência acompanha Rinpoche quando este realiza cerimônias e concede ensinamentos.
Khatag
Khatag – tibetano: ཁ་ བཏགས་, é um lenço longo de seda, tradicionalmente oferecido aos Lamas, estátuas ou locais abençoados, como um gesto de respeito e veneração. Disponível em várias cores. As Khatags são oferecidas aos Lamas e Mestres elevados, e este a devolve, colocando-a em seus ombros, concedendo bênçãos e energia positiva. Também é oferecida em cerimônias de casamento, representando a puresa e compaixão do amor verdadeiro e os desejos auspiciosos àqueles que se unem.
Na Khatag, além de mantras de bem-aventurança, está o desejo de que todos os seres com quem tiveres contato sejam positivos e benéficos, que seu trilar seja liberado de qualquer sofrimento ou medo, que você tenha todo o conhecimento e provisões necessários para alcançar seus objetivos com diligência e determinação, e que sua vida seja longa e sem obstáculos.
Ver liberação, símbolos auspiciosos, oito símbolos, diligência, compaixão, tashi delek.
Liberação
Liberação (Skt. Mokṣa, Thar pa, Tib. ཐར་པ་ ) geralmente significa libertar-se do samsara, quer por atingir o estado de um arhat ou o estado de perfeita iluminação de um Buda.
Também pode ter o significado de realizar a ação de liberação, uma prática para liberar a consciência de um ser maligno para um estado búdico. [1]
Notas de Rodapé
- Do glossário em The Words of My Perfect Teacher, de Patrul Rinpoche. Traduzido por Padmakara Translation Group.
Tendrel
Tendrel – རྟེན་འབྲེལ། rten ‘brel, Pron.: tendrel
A palavra tibetana tendrel (rten ‘brel) é uma abreviatura do termo ten-ching drelwar jungwa (rten cing’ brel bar ‘byung ba). É uma tradução do termo sânscrito pratitya-samutpada, que tem sido várias vezes traduzida como “co-originação dependente, interdependência, relatividade, coincidência auspiciosa”, e assim por diante. Pratitya-samutpada é o nome técnico para o ensinamento do Buda sobre causa e efeito, no qual ele demonstrou como todas as situações surgem através da união de vários fatores. No hinayana, refere-se em particular aos doze nidanas, ou elos na cadeia do samsara.
Estes doze são retratados no desenho familiar da roda da vida. Quando o praticante finalmente consegue romper um desses vínculos – por exemplo, superando a ignorância ou o apego – cessa todo o ciclo de sofrimento e se alcança a iluminação.
O ensinamento de pratitya-samutpada pode ser resumido no mantra:
ཨོཾ་ཡེ་དྷརྨཱ་ཧེ་ཏུ་པྲ་བྷཱ་ཝཱ་ཧེ་ཏུནྟེ་ཥཱནྟ་ཐཱ་ག་ཏོ་ཧྱ་ཝ་དཏ། ཏེ་ཥཱཉྩ་ཡོ་ནི་རོ་དྷ་ཨེ་ཝྃ་ཝཱ་དཱི་མ་ཧཱ་ཤྲ་མ་ཎཿསྭཱ་ཧཱ། །
OM YE DHARMA HETU-PRABHAVA HETUM TESHAM TATAGATO HYAVADAT TESHAM CHA YO NIRODHA EVAM VADI MAHASHRAMANAH SVAHA
Este famoso mantra é na verdade um resumo dos ensinamentos do Buda. Um de seus cinco primeiros discípulos, o arhat Assaji, foi indagado por Shariputra, um asceta errante, sobre o que o seu mestre ensinou. Assaji respondeu com esta mantra (provavelmente sem o OM e SVAHA). Traduzido, ele disse: “Em relação aos dharmas que surgem de uma causa, o Tathagata ensinou sua causa e também a sua cessação. Essas foram as palavras do Grande Mendicante”. Ao ouvir estas palavras, Shariputra atingiu o primeiro estágio da realização. Por muitos séculos, este mantra tem sido usado para estabilizar o poder das bênçãos na recitação de um mantra, bem como para purificar a prática do dharma, especialmente qualquer mal-entendido quanto à visão.
Na tradição madhyamaka, tendrel ou pratitya-samutpada é considerado equivalente ao vazio em si, a vacuidade. Como o surgimento depende de várias causas, os fenômenos não podem ser considerados autônomos ou verdadeiramente auto-existentes. Na Sabedoria Fundamental do Caminho do Meio , Nagarjuna escreveu:
Tudo o que é dependentemente surgido
é explicado como sendo o vazio;
É rotulado de forma dependente.
Isso mesmo é o caminho do meio.
No início desse mesmo texto, Nagarjuna elogiou o Buda Shakyamuni acima de tudo como o professor que ensinou tendrel, ou interdependência:
A quem ensina o surgimento dependente,
Que é a paz e a pacificação da complexidade –
Sem cessar, sem nascimento,
Sem niilismo, sem eternismo,
Sem vinda, sem ir,
Não muitas coisas, nem uma só coisa –
Ao Buda perfeito, o melhor
Dos professores, Nós prostramos.
Este versículo faz parte de uma liturgia de protetores, que é tradicionalmente praticada no dia 9, 19 e 29 do mês lunar. Ao cantar este verso e lembrar o significado de tendrel, vacuidade, os obstáculos são banidos.
Além do profundo significado filosófico do surgimento dependente, tendrel muitas vezes tem a conotação de auspiciosidade, ou boa fortuna. Nesse caso, pode ser considerada uma abreviatura de tashi tendrel (bkra shis rten ‘brel), que é comumente traduzida como “coincidência auspiciosa”. Em Glimpses of Abhidharma, o Vidyadhara comentou este significado particular de tendrel, relacionando-o com o Processo das doze nidanas:
Essa idéia de auspiciosidade geralmente é considerada apenas como uma forma de fala ou associada à superstição. Envolve uma sensação de poder. A palavra para “auspicioso” como se relacionou com esta noção de “coincidência” ou tendrel é, em tibetano, tashi, e, em sânscrito, mangalam. A auspiciosidade é um aspecto da coincidência, desta reunião de condições. O movimento da ignorância, dos sentimentos e percepções, e assim por diante, é auspicioso, em certo sentido, apropriado, porque todos esses doze elos causais estão relacionados entre si continuamente, infalivelmente. Em outras palavras, não há erro sobre o que está acontecendo. Tudo está certo e apropriado naquele exato momento. Isso é o que é mangalam, ou tashi – uma bênção.