4 Nobres Verdades
Foram os ensinamentos expostos pelo Buda após a iluminação.
- Existência condicionada que nunca é livre do sofrimento;
- Princípio de causa e efeito;
- Cessação do sofrimento;
- Caminho
The Four Noble Truths (Skt. catvāryāryasatyā; Tib. འཕགས་པའི་བདེན་པ་བཞི་, pakpé denpa shyi; Wyl. ‘phags pa’i bden pa bzhi) or the Four Realities of the Aryas, were taught by Buddha Shakyamuni as the central theme of the so-called first turning of the wheel of the Dharma after his attainment of enlightenment. They are:
- the truth (or reality) of suffering (Tib. སྡུག་བསྔལ་གྱི་བདེན་པ་, Skt. duḥkha-satya) which is to be understood,
- the truth (or reality) of the origin of suffering (Tib. ཀུན་འབྱུང་བའི་བདེན་པ་, Skt. samudaya-satya), which is to be abandoned,
- the truth (or reality) of cessation (Tib. འགོག་པའི་བདེན་པ་, Skt. nirodha-satya), which is to be actualized, and
- the truth (or reality) of the path (Tib. ལམ་གྱི་བདེན་པ་, Skt. mārga-satya), which is to be relied upon.[1]
Prece de Sete Linhas
Seven Line Prayer
(Tib. ཚིག་བདུན་གསོལ་འདེབས་, Wyl. tshig bdun gsol ‘debs) conhecida como a prece das sete Linhas ou Oito Versos Vajra. A invocação para que Guru Rinpoche venha para este mundo.
Prece de Sete Linhas
(Tib. ཚིག་ བདུན་ གསོལ་ འདེབས་ , Tshig bdun gsol ‘debs )
Os Sete Versos Vajra.
༄༅། །གུ་རུ་རིན་པོ་ཆེའི་ཚིག་བདུན་གསོལ་འདེབས་བཞུགས་སོ། །
Prece de Sete Linhas
ཧཱུྂ༔ ཨོ་རྒྱན་ཡུལ་གྱི་ནུབ་བྱང་མཚམས༔
hung orgyen yul gyi nubjang tsam
Hūṃ! No noroeste da terra de Oḍḍiyāṇa,
པདྨ་གེ་སར་སྡོང་པོ་ལ༔
pema gesar dongpo la
No coração de uma flor de lótus,
ཡ་མཚན་མཆོག་གི་དངོས་གྲུབ་བརྙེས༔
yatsen chok gi ngödrub nyé
Dotado com as realizações mais maravilhosas,
པདྨ་འབྱུང་གནས་ཞེས་སུ་གྲགས༔
pema jungné shyé su drak
Você é conhecido como “O Nascido do Lótus”,
འཁོར་དུ་མཁའ་འགྲོ་མང་པོས་བསྐོར༔
khor du khandro mangpö kor
Cercado por muitas hostes of ḍākinīs.
ཁྱེད་ཀྱི་རྗེས་སུ་བདག་བསྒྲུབ་ཀྱི༔
khyé kyi jesu dak drub kyi
Seguindo seus pasos,
བྱིན་གྱིས་བརླབ་ཕྱིར་གཤེགས་སུ་གསོལ༔
jingyi lab chir shek su sol
Eu rogo a você: derrame suas bênçãos sobre mim!
གུ་རུ་པདྨ་སིདྡྷི་ཧཱུྂ༔
guru pema siddhi hung
Escute: Prece de Sete Linhas, Any Choying Drolma
Comentário
Chökyi Drakpa diz:
HUNG é uma expressão de magnetismo e um meio hábil para invocar a mente de sabedoria dos jñānasattvas .
O local onde o precioso Mestre tomou nascimento foi no noroeste da terra do Oddiyana. Lá, no Lago Lácteo, onde a água tem as oito qualidades de pureza, ele nasceu sob a forma de uma criança de oito anos no coração de uma flor de lótus. O rei de Oddiyana descobriu que ele estava dotado com as realizações mais maravilhosas e convidou-o para o seu palácio. Como ele nasceu do coração de um lótus, tornou-se conhecido como O Nascido do Lótus. No momento de seu nascimento, ele foi cercado por hostes de dakinis. “Seguindo os passos deste maravilhoso mestre, comprometo a praticar até chegar a seu nível de realização”. Ore para que, assim como ele chegou ao palácio do rei de Oddiyana no passado, ele possa vir agora e lhe dê sua bênção.
GURU significa mestre. PADMA significa que ele é uma emanação de Amitabha, já que Amitabha pertence à família buddha, a fala do lótus. SIDDHI representa as realizações, e HUNG para a coleta. Assim, em conjunto, significa: ” Reúna as realizações do Mestre do Lótus!”
Sogyal Rinpoche diz:
Quando você invoca Padmasambhava, você pode fazê-lo recitando a ” Prece de Sete Linhas”, a oração que é mais comumente usada nas tradições Nyingma e Dzogchen.
Quando um discípulo me invoca com devoção de anseio ,
E com a canção melodiosa da Prece de Sete Linhas,
Eu sairei imediatamente de Zangdokpalri ,
Como uma mãe que não pode resistir à chamada de seu filho.
Mipham Rinpoche escreveu:
“Esta oração vajra em sete linhas é a mais majestosa de todas as orações para o grande e glorioso de Oddiyana, a essência de todos os vitoriosos dos três tempos. Surgindo como a vibração inerente de ocorrência natural, o som vajra, constitui um grande tesouro de bênçãos e realizações espirituais”.
Em um tesouro escondido, revelado por Jamgön Kongtrul, Padmasambhava diz:
Bilhões de dakinis de sabedoria juntam-se, como uma só voz ,
E para assegurar o florescimento dos ensinamentos do mantra secreto,
Neste mundo, o reino domado por Shakyamuni ,
Elas me convidam, com a melodia dessas sete linhas.
Fonte
Www.rigpawiki.org
Vajra
O Dorje, ou Vajra, simboliza o poder espiritual que é livre de emoções contraditórias. A clareza e pureza do diamante são as qualidades do perfeitas mestre. O Dorje representa o caminho de compaixão expressado através dos meios hábeis.
Sumbhani
O mantra dos 4 Hungs ou sumbhani mantra:
om sumbhani sumbhani hung grihana grihana hung grihanapaya grihanapaya hung anaya ho
ཨོཾ་སུམྦྷ་ནི་སུམྦྷ་ནི་ཧཱུྃ།
oṃ sumbhani sumbhani hūṃ hūṃ phaṭ
- Sumbhani significa purificador
གྷྲྀཧྞ་གྷྲྀཧྞ་ཧཱུྃ།
oṃ gṛhṇa gṛhṇa hūṃ hūṃ phaṭ
- gṛhṇa significa aproveite!
གྷྲྀཧྞ་པ་ཡ་གྷྲྀཧྞ་པ་ཡ་ཧཱུྃ།
oṃ gṛhṇapaya gṛhṇapaya hūṃ hūṃ phaṭ
- gṛhṇapaya significa agarre!
ཨཱ་ན་ཡ་ཧོ།
oṃ ānaya hoh
- ānaya significa lidere!
བྷ་ག་ཝཱན། བཛྲ་
bhagavan-vajra
ཧཱུྃ་ཧཱུྃ་ཕཊ།
hūṃ hūṃ phaṭ
Ali Kali
Vogais e Consoantes do Alfabeto Sânscrito (Ali Kali)
-
Vogais:
a | ā | i | ī | u | ū | ṛ | ṝ | ḷ | ḹ | e | ai | o | au | aṃ | aḥ |
-
Consoantes:
ka | kha | ga | gha | ṅa |
ca | cha | ja | jha | ña |
ṭa | ṭha | ḍa | ḍha | ṇa |
ta | tha | da | dha | na |
pa | pha | ba | bha | ma |
ya | ra | la | wa | |
śa | ṣa | sa | ||
ha | kṣa |
Vacuidade
Mantra da Vacuidade, por Sogyal Rinpoche:
OM SOBHAWA SHUDDHA SARUA DHARMA SOBHAWA SHUDDHO HAM
Este mantra diz “todos os fenômenos são vaciudade”. Quando você pronuncia este mantra, sua mente deve visualizar que todas as aparencias ( chös em tibetano: fenômeno) transforman-se em vacuidade, isto é, pureza primordial.
Referência: Venerable Chöje Lama Phuntsok
Shrine
Um Altar em Casa – Bokar Tulku Rimpoche
Para atingirmos a iluminação verdadeira, totalmente pura perfeita e onisciente, é necessário unir as duas acumulações: mérito e sabedoria. Sem esta dupla acumulação, a Iluminação não é possível.
A acumulação de mérito é de tal importância, que sem ela a acumulação de sabedoria não poderia existir. Existe uma relação interativa entre o mérito e a sabedoria.
A acumulação de mérito situa-se no campo conceitual, sendo também chamada de “meios”. A acumulação de sabedoria é não conceitual, ela também é designada por “conhecimento”. Se nós falarmos de “meios-conhecimento” ou de “mérito-sabedoria”, o sentido é o mesmo. Entre cada um destes termos existe uma colocação.
Diz-se: “sem se apoiar no relativo, impossível de atingir a iluminação; sem se apoiar na iluminação, impossível de atingir a liberação.”
Para atingir a Iluminação, é necessário então unir as duas acumulações. Para nós que somos principiantes, é na acumulação de méritos que devemos nos dedicar mais, pois ela nos permite progredir rapidamente. No contexto das oferendas que nós apresentamos no altar, a acumulação de mérito faz referência a três pontos:
- O objetivo de acumulação: todos os Budas e os Bodhisatvas, o campo de mérito superior das qualidades inimagináveis. Primeiro é necessário ter fé e devoção para com eles.
- A intenção perfeitamente pura: devemos pensar que estamos fazendo essas oferendas com o objetivo que nós mesmos e todos os seres possamos fazer as duas acumulações e atingir a Iluminação.
- A matéria perfeitamente pura: são as oferendas materiais e as oferendas produzidas pela imaginação.
Objetivo
As oferendas materiais são constituídas pela série tradicionalmente chamada “as sete oferendas”, mesmo que sejam oito, as duas primeiras reunidas para contarmos como uma. Estas oferendas são: a água para beber, a água pura, as flores, o incenso, a luz, a água perfumada, a comida e a música. Cada uma correspondente a uma parte da realização da essência da natureza da mente.
Água para beber: ela possui as oito qualidades (frescura, sabor, limpidez…). Quando a oferecemos, pensamos que com ela oferecemos todos os rios, os mares e todas as águas puras do universo. É a oferenda representada à boca dos Budas. Ela terá como resultado diminuir a sede produzida pelo calor das paixões.
Água pura: é oferecida aos corpos dos Budas e Bodhisatvas. Oferecê-la lavará nossa mente das negatividades e dos véus que a deturpam.
Flores: aos olhos dos Budas e Bodhisatvas nós oferecemos as flores colocadas no altar, assim como todas as flores do mundo. Por esta oferenda, se abrirá em nossa mente o lótus da felicidade.
Incenso: nós oferecemos o incenso do altar, assim como todos os perfumes, naturais ou preparados, que perfumam o universo. Com esta oferenda, nós realizaremos a não realidade de todos os fenômenos, similares a um sonho ou a uma criação mágica.
Luz: além da lamparina à óleo ou da vela acesa no altar, nós oferecemos o sol, a lua, as estrelas, todas as luzes naturais ou artificiais que iluminam o mundo. Com isso nós realizaremos o ser da clara luz.
Água perfumada: oferecia ao corpo de Buda como todas as essências e todos os perfumes do mundo, ela conduz à realização da vacuidade última de todos os fenômenos, unido à compaixão para com todos os seres que sofrem por não possuírem esse conhecimento.
Alimento: estão colocados no altar, todos os alimentos saborosos e nutritivos. Daqui nascerá a realização da força das sabedorias e das qualidades da Iluminação.
Intensão
A música: pelos objetos que a representam são oferecidas todas as músicas e todas as harmonias do universo. Esta oferenda atingirá por consequência a realização do som próprio da realidade última e a alegria das qualidades da palavra da Iluminação. Nós fazemos estas oferendas com alegria, fé e minúcia. “O estado de espírito” já desenvolverá um fruto rápido e poderoso. Estas oferendas não são limitadas. Podemos também oferecer riquezas e bens materiais, o que nos ajudará a nos purificar. Por outro lado, o esforço físico que temos nas oferendas (encher os potes, esvaziá-los, limpá-los) contribui para a purificação dos atos negativos executados pelo corpo.
Atingir a Iluminação é obter os dois aspectos de Buda: o aspecto absoluto e o aspecto relativo (que se apresenta sob 2 aspectos, corpo de glória e corpo de emanação). A acumulação de mérito nos leva a conseguir o aspecto relativo. A acumulação de sabedoria, isto é, a meditação sobre a não realidade dos fenômenos, sobre a natureza da mente e sobre a vacuidade, nos leva a conseguir o aspecto absoluto.
Assim se diz: “Por esta virtude possam todos os seres unir o mérito e a sabedoria, e obter as duas realizações que resultam do mérito e da sabedoria”. Se não efetuarmos as duas acumulações, não obteremos as duas realizações e, não obter as duas realizações, quer dizer não obter a Iluminação.
Tilopa dizia a Naropa: “Enquanto a realidade não nascida não é atingida, a qual é ligada a aparência dos fenômenos, das duas acumulações, similares a duas rodas de uma carroça, Naropa, não te separe jamais”.
Um pequeno altar em casa, para que?
Para falar a verdade, os Budas, Bodhisatvas, os seres liberados e todas as expressões da Iluminação, não precisam de nossas oferendas. Eles derramam suas bênçãos permanentemente. Mas nós somos como um vaso ou o pote cuja boca está quase sempre virado para baixo: a benção cai no fundo e escorrega pelos lados, nada penetra. Se os Budas não precisam de nossos sentimentos para nos abrir as portas de sua compaixão, nós precisamos, dirigir a eles nossos pensamentos para receber a luz.
A oferenda é um meio precioso para fazer funcionar esse movimento para com os Budas. Tantas coisas, pequenas e grandes, preenchem nosso cotidiano e nossa mente, que para pensar nos Budas e no Mestre, nos resta muito pouco tempo.
Assim, se ocupar regularmente, com amor e carinho, de um pequeno altar, já é uma certeza de pensar pelo menos por alguns instantes neles todo dia. E ainda, a cada vez que nós vemos o altar nos lembramos de sua presença. Nossa casa se torna um pouco a casa deles.
Mas por que, nós podemos perguntar, todos esses objetos, essas manipulações, essa limpeza exterior? Não é o espirito que conta?
Sim é o espírito, mas em nossa casa, os objetos nos lembram uma viagem, as fotos nos lembram uma determinada pessoa. A disposição dos móveis e das coisas criam o ambiente que tanto gostamos. Porque nosso espírito não se basta com a lembrança da criança amada? Porque nosso espírito precisa de uma mesa de mogno, de papel de parede pintado de flores e de cortina de veludo para se sentir à vontade? Temos que admitir, os objetos ocupam na nossa vida, isto é, em nosso espírito, um lugar importante. Nós temos tanto zelo ao escolhê-los! Então por que não deixá-los nos falar um pouco sobre o sagrado?
Quando nós renunciamos a todos os objetos deste mundo, como Milarepa, pode ser que também não precisaremos mais destes objetos sagrados. Enquanto isto, a escolha do que nos envolta tem grande influência em nossa mente – “Objetos inanimados, vocês têm então uma alma?” – Fazer oferendas, por mais simples que elas sejam, no altar, representa em primeiro lugar a nossa consideração às diversas expressões da Iluminação.
Quando presenteamos um amigo, o objeto vale menos do que ele representa: nossa amizade e nossa estima. Nós também não sentimos necessidade de dar uma forma material ao nosso sentimento. A oferenda, também tem seu significado muito mais baseado na atitude interna de nosso gesto: fé, confiança, devoção, respeito, humildade do que no próprio objeto.
O exemplo de Gueshe Ben ficou famoso no Tibet. Gueshe Ben era um monge em retiro, seguidor de um generoso mestre. De bom coração e boa mente, ele, porém não era aplicado. Ele tinha descuidado tanto de seu altar, que de oferendas só tinham o nome. Cobertas de manchas e de poeira, totalmente indignas da glória dos Budas para quem eram destinados.
Eis que um dia seu patrocinador lhe anuncia sua visita. Logo aparecem na mente de Gueshe Ben: impossível receber seu benfeitor nesta desordem, que visto por este prisma lhe dava vergonha. Assim, ele pôs-se a limpar o altar, tirou o pó, esfregou as manchas deixadas pela manteiga das lamparinas e poliu. Tudo ficou brilhando. Como o patrocinador iria ficar contente! Feliz com certeza o patrocinador ficaria, mas o fato é que esta sua atitude era uma hipocrisia. Sem hesitar, ele pegou o barro, encheu as mãos e começou a jogar no altar que ele havia limpado com tanto vigor. E assim foi dito que a oferenda feita dessa maneira foi a mais bela oferenda que ele podia apresentar.
Material
A oferenda permite desenvolver as virtudes espirituais, pois ela participa das duas acumulações:
Acumulação de mérito: todo ato “positivo” produz mérito, isto é um potencial cármico carregado de felicidade e se nossos anseios vão nesse sentido, orienta nossa mente para a liberação. Nós precisamos desse mérito. Costuma-se dizer que o acumulo é tão importante quanto o objeto ou a pessoa a quem se dirige o ato positivo é sagrado.
Acumulação de sabedoria, de conhecimento primordial: o conhecimento primordial é a descoberta que o ser faz sobre sua própria natureza, além de toda dualidade. A oferenda contribui no desenvolvimento deste conhecimento à medida que nos aprofundamos na compreensão que, do ponto de vista superior, quem oferece, o objeto oferecido e a quem oferecemos são na essência um só. Vivendo, no momento, na ignorância e na dualidade, nós enxergamos o Buda como externo e ele nos aparece como tal. Quando nós deixamos de ser alienados, nos tornando o que somos realmente, então nós seremos o Buda “Iluminado” e os conceitos de externo e interno, de um ou múltiplo, de eu e outro se disolverão.
Material necessário para o Altar
Nós temos no presente livreto o método para montar um pequeno altar, bem simples, assim como algumas dicas e receitas, as quais o leitor nos desculpará a simplicidade. O autor dessas linhas não sendo muito jeitoso procurou facilitar o trabalho de seus irmãos desajeitados. Resumindo, o que é necessário ?
- Um suporte
- Uma estátua ou foto
- Sete potes
- Uma lamparina, óleo e pavio, ou vela
- Água
- Arroz
- Flores
- Incenso
- Uma fruta ou biscoitos
- Um pequeno instrumento musical ou concha
- Óleo
Nada muito difícil de achar. O principio é a simplicidade:
Estátua (ou foto) representa de maneira visível da Iluminação, a transcendência, diante de quem são apresentadas as oferendas, manifestação de nossa devoção.
Suporte: uma prateleira, a parte de cima de uma cômoda – o apoio de uma lareira serve muito bem. A orientação do altar não importa muito. Por definição, o altar está sempre a Leste: não o leste geográfico, mas o leste interno.
Diz-se: “Onde se vê o yogui Onde é o leste”
A educação budista pede que tudo que respeitamos se coloque no alto. Assim não colocamos o altar perto do chão, mas na altura da cintura ou mais acima.
A mesma educação considera uma ofensa esticar as pernas em direção a um Lama ou a uma representação sagrada. Dessa maneira, não podemos colocar o altar ao pé da cama. Se for necessário, nós podemos cobrir o altar com um belo tecido e se quisermos podemos colocar acima um vidro, o que facilita a manutenção.
Estátua ou foto: o espírito de um Ser Iluminado tem em comum com o espaço, ser onipresente e infinito. Nada impede que nós gostemos de encontra-lo num corpo igual ao nosso, e que, sem esse encontro a comunicação seria bem difícil. Assim, sabendo que nossas oferendas são dirigidas à Iluminação onipresente e infinita, nós a tornamos mais acessível por uma representação simplesmente presente e finita. Nós colocamos no altar, eventualmente, um pouco acima do suporte principal, uma estátua ou uma foto, normalmente de Buda, mas também pode ser de Tchenrezi, de Tara, de Mandjurshri, de outro Yidam ou de um mestre espiritual do passado ou do presente.
Nós podemos, é claro, colocar vários: as manifestações da Iluminação são infinitas. Neste caso a estátua de Buda ocupa o lugar central e mais alto. A foto pode ser envolvida de uma Kathag (echarpe de seda). Em todo caso, é muito importante que você a veja como “viva” e por isso, abençoada. Mais do que uma simples representação, elas se tornam a partir daí, a presença mesmo do que elas representam.
A estátua ganha vida estando “recheada”: nós colocamos dentro mantras escritos e, se conseguirmos, relíquias, substâncias sagradas e materiais preciosos (ela tem que ser então oca). O melhor seria pedir a um Lama executar esse processo – lembre-se de fazer uma oferenda ao Lama neste momento, como de costume.
Quanto à foto, seja ela uma representação de um thanka, ela é abençoada por uma inscrição no verso, uma abaixo da outra as três sílabas OM, AH, HUNG (respectivamente situadas na testa, na garganta e no coração) que, traduzidas, representam o corpo, a fala e a mente de Buda.
Como fazer as oferendas
Aí está então colocada a representação viva daquele ou daqueles a quem dirigimos nossas oferendas. Nós vamos colocar na frente dela as oito oferendas tradicionais. Da esquerda para a direita: a água para beber, a água pura, as flores, o incenso, a luz, a água perfumada, a comida, a música. Assim são sete potes e uma lamparina.
Há muito tempo atrás, Na Índia, quando um convidado muito importante era recebido no palácio de um rajah, para aliviá-lo do calor da viagem lhe ofereciam primeiro algo para beber, para tirar a poeira da estrada lavava-se seus pés em segundo; depois para descansar e também para demonstrar a estima que se tinha por ele, lhe eram apresentados as flores, o incenso, as luzes, os perfumes. Enfim lhe ofereciam uma refeição ao mesmo tempo em que os músicos o divertiam com suas harmonias. Que hóspede de maior dignidade e gloriosa majestade podemos receber se não a manifestação para nós visível da Iluminação infinita? Também nós lhe apresentamos, com o maior respeito, estas mesmas humildes oferendas.
A escolha dos potes
No Tibete, os potes eram por tradição de prata ou cobre e de mesmo formato. Hoje nós encontramos na Índia esse mesmos potes, e de vez em quando em alguns centros de Dharma na Europa. A prata é sem dúvida o melhor material, em razão do seu valor. Esse grande valor é, porém um fator que encarece e às vezes fica inviável. Mas se vocês têm meios de adquirir não hesite.
Os potes de cobre têm a vantagem de serem confeccionados da maneira tradicional e bem esfregados brilham muito. Mas eles emboloram rapidamente e exigem muitos cuidados.
Nos resta o que podemos encontrar mais facilmente. Cristal, vidro, porcelana ou mesmo metal prateado, é possível encontrar coisas muito bonitas. A regra básica: que seja belo, digno e limpo.
As oito oferendas
Primeiro e segundo potes – Água para beber e água pura
Na prática, mesmo que o objetivo seja diferente, a mesma água serve para encher os dois primeiros potes: uma água clara, limpa e potável. Nós podemos tornar a oferenda mais preciosa preparando água com alçafrão.
Receita de água com alçafrão:
Colocar uma pitada de açafrão, de preferência em pedacinhos, e deixar ferver em 1 litro de água. Deve-se colocar açafrão suficiente para obter uma bonita coloração amarelo alaranjado. O açafrão em pedaços é mais aconselhável do que em pó para obter um resultado melhor, porém é difícil de encontrar e muito caro. Preparar a água com açafrão todas as manhãs seria o ideal. O melhor é preparar o suficiente para encher uma garrafa e utilizar um pouco todos os dias.
Terceiro pote: – As flores
Quando um pote não está destinado a conter água nós enchemos de arroz sobre o qual colocamos o objeto oferecido, nesse caso a flor. O melhor é usar arroz branco, redondo de preferência. Podemos, do mesmo modo que a água, colori-lo com açafrão.
Receita de arroz com açafrão:
Ingredientes: 1 kg de arroz cru e açafrão
Preparar, primeiro, 100 ou 200 ml de água com açafrão bem concentrada. Utilizaremos a água quente ou fria, isso não tem importância. Lavar bem o arroz e depois deixar secar espalhando numa bandeja. Depois de seco colocar o arroz numa tigela, jogar aos poucos a água com açafrão, sem encharcar, sovar o arroz até que ele pegue uma cor amarelada.
O pote será primeiro preenchido de arroz, depois se colocam as flores, naturais ou de seda. Pode-se também colocar sobre o arroz um pequeno vaso com flores.
Além desse vaso, podemos enfeitar o altar com um buquê ou um vaso bem florido.
Quarto pote – O incenso
O quarto pote recebe o incenso basicamente são colocadas algumas hastes de incenso no arroz. Incenso tibetano, indiano, japonês, ou qualquer um do nosso gosto desde que não tenha materiais químicos nocivos ou carvão. Atenção: este incenso colocado no arroz não será queimado. O incenso a ser queimado é colocado num incensário ou num outro recipiente, como por exemplo um pote comum, cheio de arroz ou de areia, posicionado no chão em frente ao altar. Ascenda o incenso que preferir. Uma haste de incenso que se quebra ou que cai deixa um rastro forte no chão. É melhor colocar um prato largo o suficiente em baixo do pote que tem o incenso a ser queimado.
Quito pote – A luz
As lamparinas tibetanas à base de manteiga, na maioria das vezes, são de prata ou cobre. Por ser difícil de encontrar, podemos substituí-las por um recipiente de vidro ou cerâmica. O vidro tem a vantagem de deixar a chama visível mesmo quando o nível do óleo diminui. Você também pode encher o recipiente de óleo ao invés de manteiga. Um óleo de boa qualidade se torna uma oferenda mais bela e generosa do que se colocado um óleo de qualidade inferior. O óleo de coco babaçu é o que faz menos fumaça. É aconselhável colocar um pires embaixo do recipiente caso espirre ou transborde o óleo.
Para uma chama ideal, o melhor é encontrar um “pavio” especial geralmente encontrado em lojas de artigos religiosos. É também aconselhável colocar água no fundo do recipiente. Assim o “pavio” não queimará e também evitaremos que o recipiente esquente demais quando o “pavio” chegar perto do fundo. Dessa maneira uma lamparina a óleo pode ficar acesa dia e noite sem perigo.
Podemos eventualmente substituir a lamparina por uma vela, ou por uma “vela elétrica” ou também por uma lâmpada de potência fraca. A desvantagem das velas é que não duram muito e pode ser perigoso deixar queimando na nossa ausência.
A tradição pede que não se assopre nunca uma vela, pois seria apagar a chama de sua própria vida. Apagamos então a vela com um gesto dos dedos, ou chacoalhando ou ainda com a ajuda de um objeto específico (uma colher pequena, por exemplo).
Quinto pote – A água perfumada
É a mesma água que os dois primeiros potes. Podemos acrescentar algumas gotas de perfume: água de rosas, lavanda, etc. Alguns perfumes reagem na água e outros podem prejudicar os metais, portanto é melhor ter cuidado.
Sexto pote – A comida.
O pote está cheio de arroz, sobre o qual colocamos uma bela fruta, um biscoito, etc. O ideal é trocar a oferenda antes que se estrague. Podemos também colocar nesse pote uma pequena forma de farinha, chamada chelzé, representando a oferenda da comida.
Sétimo pote – A música
Colocamos sobre o arroz que preenche o pote o símbolo de um instrumento musical, uma concha ou um pequeno sino.
Os sete potes devem estar precisamente alinhados e separados um do outro por um espaço do tamanho de um grão de arroz,; costuma-se dizer que o espaço muito grande entre os potes representa um distanciamento do mestre. A luz é colocada seja na frente da estátua (atrás dos potes), seja entre o 4º e o 5º pote.
Método para as oferendas quotidianas:
Os potes contendo água são cheios a cada manhã e são esvaziados a cada noite. Os potes que contém arroz podem permanecer. Podemos renová-los a cada lua cheia. O arroz pode ser oferecido aos pássaros.
Manhã:
Os 3 potes de água estão vazios e virados para baixo. Para enchê-los nos servimos de um recipiente especialmente para isso e enchemos os potes da esquerda para a direita.
Vire o primeiro pote e coloque a água equivalente à 1/3 da quantidade total. Depois vire o 2º pote e segurando o 1º jogue um pouco da sua água no 2º pote. Fazer o mesmo para o 3º pote, dessa vez, jogando a água que está no 2º pote. Fazer isso de maneira que cubra o fundo dos potes. Depois é só encher os potes de água quase até a boca.
Após tudo isso se deve abençoar as oferendas. Nós podemos fazê-lo seguindo diversos métodos, os quais verão aqui os mais simples. Para fazer a bênção, nós podemos pegar um pouco da água do pote de água perfumada (5º pote), seja mergulhando uma haste de incenso, seja umedecendo o anular direito, espirramos nas oferendas. Ao mesmo tempo, recitamos 3 vezes o mantra OM AH HOUNG (representando o Corpo, a Palavra e a Mente dos Budas).
Um método mais elaborado consiste em dizer 3 vezes o mantra RAM YAM KAM OM AH HUNG. As 3 primeiras sílabas purificam e as 3 seguintes abençoam.
- RAM representa o fogo que queima as impurezas
- YAM o vento que as varre
- KAM a água que lava
Após a benção, em sinal de homenagem, fazemos três prostrações em frente ao altar.
Noite
Esvaziamos os potes de água da direita para a esquerda, depois os enxugamos e os viramos para baixo até a manhã seguinte. Nós jogamos essa água num lugar limpo: na natureza, num pote de flor ou se não tiver opção na pia.
Existe um método de oferendas simplificada, que consiste em encher 7 potes somente de água. Nesse caso enchemos os 7 potes cada manhã e esvaziamos a cada noite.
Kalachakra
Mantra de Kalachakra
As “Dez-Todo-Poderozas” sílabas do mantra de Kalachakra compreendem em sí as 84.000 categorias de ensinamentos do Buda. O mantra tem o propósito de purificar o corpo, a fala e a mente. O poder de Kalachakra pacifica conflitos e incrementa a paz e o bem-estar, reduz o sofrimento e aumenta o amor, bondade, compaixão, alegria e felicidade. O símbolo contém as sílabas semente do Kalachacra Heruca. Representa a essência da energia dos ensinamentos que transcende os conceitos relativos.
O mantra é um veículo para a paz.
Jigme Tromge Rinpoche
Jigme Tromge Rinpoche, filho de Chagdud Tulku Rinpoche, nasceu em 1964 em Orissa, Índia. Foi reconhecido por Chokling Rinpoche como Tsewang Norbu, seu filho na vida passada que era uma emanação de Yudra Nyingpo, um dos 25 discípulos de Guru Rinpoche.
Estudou com muitos grandes mestres da atualidade, entre eles Kyabje Dudjom Rinpoche, Kyabje Dilgo Khyentse Rinpoche e Khenpo Jigme Phuntsok Rinpoche. Estudou também na escola de filosofia de Penor Rinpoche e com Khetsun Sangpo Rinpoche, além de receber o ciclo completo das linhagens Duddul e Longsal Nyingpo de Moktza Rinpoche no monastério de Katok, no Tibete.
Rinpoche imigrou para os Estados Unidos em 1988. Após completar o tradicional retiro de três anos guiado por seu pai, mudou-se para o Ati Ling em 1992, tornando-se o lama residente. Atualmente, Rinpoche viaja pela América do Norte, América do Sul e Ásia concedendo ensinamentos e conselhos com sua gentil sabedoria e cordialidade. Como autorizado por seu mestre de Dzogtchen Khenpo Ngagchung, do Tibete oriental, e solicitado por Chagdud Khadro, Jigme Rinpoche agora oferece ensinamentos de Dzogtchen no contexto dos retiros anuais que Chagdud Rinpoche estabeleceu no Brasil. Rinpoche é também o mestre vajra nos drubtchens da Essência do Sidi e Vajrakilaia que acontecem no Khadro Ling.
Além de compartilhar a responsabilidade sobre monastérios no Tibete e no Nepal, é o fundador e diretor do Padmasambhava Peace Institute e diretor da Fundação Mahakaruna, uma instituição de caridade internacional fundada por Chagdud Rinpoche, que assiste idosos, doentes e necessitados em várias partes da Ásia além de trabalhar para preservar a cultura do Budismo Tibetano.
Tags: Dzogtchen, Chagdud Rinpoche.
Oito Versos que Transformam a Mente – Lojong
Os Oito Versos que transformam a Mente é de autoria de Geshe Langri Tangba e os comentários a seguir, são de S.S. o 14º Dalai Lama.
Oito Versos que Transformam a Mente (comentado)
Vou agora ler e explicar brevemente um dos mais importantes textos sobre a transformação da mente, Lojong Tsigyema (Oito Versos que Transformam a Mente). Este texto foi composto por Geshe Langri Tangba, um bodisatva bastante incomum. Eu próprio o leio todos os dias, tendo recebido a transmissão do comentário de Kyabje Trijang Rinpoche.
1. Com a determinação de alcançar
O bem supremo em benefício de todos os seres sencientes,
Mais preciosos do que uma jóia mágica que realiza desejos,
Vou aprender a prezá-los e estimá-los no mais alto grau.
Aqui, estamos pedindo: “Possa eu ser capaz de enxergar os seres como uma jóia preciosa, já que são o objeto por conta do qual poderei alcançar a onisciência; portanto, possa eu ser capaz de prezá-los e estimá-los.”
2. Sempre que estiver na companhia de outras pessoas, vou aprender
A pensar em minha pessoa como a mais insignificante dentre elas,
E, com todo respeito, considerá-las supremas,
Do fundo do meu coração.
“Com todo respeito considerá-las supremas” significa não as ver como um objeto de pena, o qual olhamos de cima, mas, sim, as ver como um objeto elevado. Tomemos, por exemplo, os insetos: eles são inferiores a nós porque desconhecem as coisas certas a serem adotadas ou descartadas, ao passo que nós conhecemos essas coisas, já que percebemos a natureza destrutiva das emoções negativas. Embora seja essa a situação, podemos também enxergar os fatos de um outro ponto de vista. Apesar de termos consciência da natureza destrutiva das emoções negativas, deixamo-nos ficar sob a influência delas e, nesse sentido, somos inferiores aos insetos.
3. Em todos os meus atos, vou aprender a examinar a minha mente
E, sempre que surgir uma emoção negativa,
Pondo em risco a mim mesmo e aos outros,
Vou, com firmeza, enfrentá-la e evitá-la.
Quando nos propomos uma prática desse tipo, a única coisa que constitui obstáculo são as negatividades presentes no nosso fluxo mental; já espíritos e outros que tais não representam obstáculo algum. Assim, não devemos ter uma atitude de preguiça e passividade diante do inimigo interno; antes, devemos ser alertas e ativos, contrapondo-nos às negatividades de imediato.
4. Vou prezar os seres que têm natureza perversa
E aqueles sobre os quais pesam fortes negatividades e sofrimentos,
Como se eu tivesse encontrado um tesouro precioso,
Muito difícil de achar.
Essas linhas enfatizam a transformação dos nossos pensamentos em relação aos seres sencientes que carregam fortes negatividades. De modo geral, é mais difícil termos compaixão por pessoas afligidas pelo sofrimento e coisas assim, quando sua natureza e personalidade são muito perversas. Na verdade, essas pessoas deveriam ser vistas como objeto supremo da nossa compaixão. Nossa atitude, quando nos deparamos com gente assim, deveria ser a de quem encontrou um tesouro.
5. Quando os outros, por inveja, maltratarem a minha pessoa,
Ou a insultarem e caluniarem,
Vou aprender a aceitar a derrota,
E a eles oferecer a vitória.
Falando de modo geral, sempre que os outros, injustificadamente, fazem algo de errado em relação à nossa pessoa, é lícito retaliar, dentro de uma ótica mundana. Porém, o praticante das técnicas da transformação da mente devem sempre oferecer a vitória aos outros.
6. Quando alguém a quem ajudei com grande esperança
Magoar ou ferir a minha pessoa, mesmo sem motivo,
Vou aprender a ver essa outra pessoa
Como um excelente guia espiritual.
Normalmente, esperamos que os seres sencientes a quem muito auxiliamos retribuam a nossa bondade; é essa a nossa expectativa. Ao contrário, porém, deveríamos pensar: “Se essa pessoa me fere em vez de retribuir a minha bondade, possa eu não retaliar mas, sim, refletir sobre a bondade dela e ser capaz de vê-la como um guia especial.”
7. Em suma, vou aprender a oferecer a todos, sem exceção,
Toda a ajuda e felicidade, por meios diretos e indiretos,
E a tomar sobre mim, em sigilo,
Todos os males e sofrimentos daqueles que foram minhas mães.
O verso diz: “Em suma, possa eu ser capaz de oferecer todas as qualidades boas que possuo a todos os seres sencientes,” — essa é a prática da generosidade — e ainda: “Possa eu ser capaz, em sigilo, de tomar sobre mim todos os males e sofrimentos deles, nesta vida e em vidas futuras.” Essas palavras estão ligadas ao processo da inspiração e expiração.
Até aqui, os versos trataram da prática no nível da bodhicitta convencional. As técnicas para cultivo da bodhicitta convencional não devem ser influenciadas por atitudes como: “Se eu fizer a prática do dar e receber, terei melhor saúde, e coisas assim”, pois elas denotam a influência de considerações mundanas. Nossa atitude não deve ser: “Se eu fizer uma prática assim, as pessoas vão me respeitar e me considerar um bom praticante.” Em suma, nossa prática destas técnicas não deve ser influenciada por nenhuma motivação mundana.
8. Vou aprender a manter estas práticas
Isentas das máculas das oito preocupações mundanas,
E, ao compreender todos os fenômenos como ilusórios,
Serei libertado da escravidão do apego.
Essas linhas falam da prática da bodhicitta última. Quando falamos dos antídotos contra as oito atitudes mundanas, existem muitos níveis. O verdadeiro antídoto capaz de suplantar a influência das atitudes mundanas é a compreensão de que os fenômenos são desprovidos de natureza intrínseca. Os fenômenos, todos eles, não possuem existência própria — eles são como ilusões. Embora apareçam aos nossos olhos como dotados de existência verdadeira, não possuem nenhuma realidade. “Ao compreender sua natureza relativa, possa eu ficar livre das cadeias do apego.”
Deveríamos ler Lojong Tsigyema todos os dias e, assim, incrementarmos nossa prática do ideal do bodisatva.
(Extraído de The Union Of Bliss And Emptiness.)
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