4 Pensamentos
Quatro Pensamentos que Transformam a Mente (Tib. བློ་ལྡོག་རྣམ་བཞི, lodok nam shyi, Wyl. blo ldog rnam bzhi)
- O nascimento humano precioso
- A impermanência e a morte
- Carma, a lei de causa e efeito
- O sofrimento nos ciclos da existência condicionada
Reciting the Four Contemplations which Turn the Mind
ན་མོ༔ བསླུ་མེད་གཏན་གྱི་མགོན་པོ་བླ་མ་མཁྱེན༔
namo, lumé ten gyi gönpo lama khyen
Homage! O lama, my unfailing and constant protector!
དལ་འབྱོར་འདི་ནི་ཤིན་ཏུ་རྙེད་པར་དཀའ༔
daljor di ni shintu nyepar ka
This free and endowed human birth is very difficult to obtain.
སྐྱེས་ཚད་མི་རྟག་འཆི་བའི་ཆོས་ཅན་ཡིན༔
kyé tsé mitak chiwé chöchen yin
Everything that is born is by its nature impermanent and bound to die.
དགེ་སྡིག་ལས་ཀྱི་རྒྱུ་འབྲས་བསླུ་བ་མེད༔
ge dik lé kyi gyundré luwamé
Beneficial and harmful actions bring their inevitable results.
ཁམས་གསུམ་འཁོར་བ་སྡུག་བསྔལ་རྒྱ་མཚོའི་ངང་༔
kham sum khorwa dukngal gyatsö ngang
The three realms of saṃsāra are an ocean of suffering.
དྲན་ནས་བདག་བློ་ཆོས་ལ་འགྱུར་བར་ཤོག༔
dren né dak lo chö la gyurwar shok
Recognizing this, may my mind turn towards the Dharma.
Quatro Pensamentos
Quatro Pensamentos que Transformam a Mente
Contemple os Quatro Pensamentos que Transformam a Mente:
- O nascimento humano precioso
- A impermanência e a morte
- Carma, a lei de causa e efeito
- O sofrimento nos ciclos da existência condicionada
Shamata
Shamatha (Skt. śamatha; Tib. ཞི་གནས་, shyiné, Wyl. zhi gnas) – Shama significa ‘paz’, tha significa ‘habitar’ ou ‘estabilidade’. Shyi também significa “paz”, né é “permanecer”. O método de “calmo permanecer” é trabalhar com a mente conceitual. Quando você é capaz de ir além disso e alcançar o domínio da sabedoria de rigpa , é chamado de ver ou vipashyana (Skt.).
A meditação shamata é um método de treinamento da mente e de aumento da capacidade de concentração, de observação e de percepção.
Shamata melhora a memória e proporciona um ganho de controle da mente, de maneira que ela não seja facilmente levada por distrações e emoções.
É ainda um antídoto maravilhoso para momentos de estresse, causadas por circunstâncias externas ou dor, desconforto, doença e sofrimento mental.
Ao usar essa meditação em que se foca a mente de maneira aberta e relaxada, mesmo praticando um pequeno período por dia, você poderá desenvolver grande habilidade em aprender e entender coisas, além de desenvolver qualidades positivas como a paciência, calma e compaixão.
Instruções sobre a Prática de Shamata baseadas nos ensinamentos de Padmasambhava.
Em primeiro lugar, as preliminares:
Os Quatro Pensamentos que Transformam a Mente
Contemple os Quatro Pensamentos que Transformam a Mente:
- O nascimento humano precioso
- A impermanência e a morte
- Carma, a lei de causa e efeito
- O sofrimento nos ciclos da existência condicionada
Esses ensinamentos podem ser lidos no livro Portões da Prática Budista de Chagdud Rinpoche e Comentários sobre a Prática de Ngondro, de Chagdud Khadro. As contemplações combinadas com o descansar da mente são, em si, um treinamento em Shamata.
Tome Refúgio e Estabeleça a Boditchita
Tome refúgio com fé e devoção nas Três Joias, o Buda, o Darma e a Sangha.
Desenvolva a Boditchita, a intenção iluminada, pensando: trabalharei continuamente para o bem dos seres sencientes, que foram todos minhas mães em vidas prévias. Para consumar essa intenção, atingirei a iluminação e, para tanto, treinarei minha mente na concentração meditativa de Shamata, o calmo permanecer.
Em segundo lugar, a prática principal:
Aquiete a Mente através das Três Posturas
Corpo
Abstenha-se de:
1. Toda atividade mundana
2. Atividades religiosas que requeiram movimento como prostrações e a contagem das contas de seu mala
3. Todo e qualquer movimento corporal
Sente em uma boa postura de meditação, como a postura de sete pontos de Vairotchana, ou pelo menos mantenha suas costas retas e os olhos em uma posição adequada e abertos, mas com o olhar dirigido para baixo.
Fala
Abstenha-se de:
1. Toda conversa comum
2. discussões religiosas
3. recitação de mantras e de liturgias
Mente
Abstenha-se de:
1. Pensamentos negativos
2. Pensamentos positivos
3. Insights intelectuais que surgem no contexto da prática de Mahamudra ou de Dzogtchen.
O Calmo Permanecer com Concentração em um Objeto Externo
Olhe para baixo, na altura do nariz, em direção ao objeto que é o foco de sua concentração, quer seja uma sílaba semente, uma pedra, uma pequena estátua, ou, na verdade, qualquer objeto pequeno. Preste atenção no objeto sem distração, evitando a percepção visual de outros objetos. Permita que sua mente descanse em concentração profunda no objeto. Se sua atenção se desviar, gentilmente retome o foco e descanse naturalmente.
O Calmo Permanecer com Concentração em um Objeto Visualizado
A Esfera Branca
Mantendo os olhos abertos, com o olhar dirigido para baixo, visualize uma pequena esfera branca (sânsc. bindu; tib. tigle) de luz em sua testa, entre as sobrancelhas. A esfera é vazia, mas luminosa, brilhante, cintilante como um arco-íris. Preste atenção nela, mas permaneça relaxado da forma mais natural possível.
A Esfera vermelha
Mantendo os olhos abertos, com o olhar dirigido para baixo, visualize seu corpo como sendo transparente e oco, uma cápsula de luz, clara e vazia. Dentro desta forma pura de seu corpo, no chacra do coração, visualize uma esfera de luz vermelha do tamanho da chama de uma vela. Assim como uma chama ardente, a esfera vermelha tem reflexos de luz azul. Preste atenção nela, permanecendo relaxado e natural.
Em terceiro lugar, a conclusão:
Finalizando a sessão
Relaxe o foco no objeto e simplesmente descanse a mente. Ela é aberta, alerta e natural. Quando pensamentos começarem a surgir, dirija-os para a dedicação.
Dedicação
Você pode usar qualquer prece genérica de dedicação, inclusive a dedicação da Prática Concisa de Tara. O mérito e a sabedoria da meditação são oferecidos a todos os seres, para que encontrem alívio das emoções aflitivas e da confusão da existência condicionada e para que conheçam o espaço de pureza e de lucidez, que é sua própria natureza búdica.
Tara Branca
Tara Branca – A Deidade da Cura
Tara Branca é uma deidade feminina no Budismo. É dito que ela nasceu de uma lágrima do Bodhisatva da Compaixão. Ela tem uma posição importande no Tibet e no Nepal. Acredita-se que Tara é a protetora dos seres humamos em sua cruzada no oceano da existência. A Pratica de Tara Branca é basicamente voltada para propósitos de cura.
Tara, a mãe de todos os Buddhas, como um presente ela emanou. Com o seu gesto de oferecer, para irradia bênçãos de longevidade a todos que a visualizarem e dedicarem-se a esta prática espiritual.
Ela está sentada em um trono de lótus assim como todos os seres nobres da Família Lótus, de Amitaba.
Ela tem sete olhos, um em cada uma das solas dos pés, um em cada palma das mãos, os dois olhos da face e o “terceiro olho“, na face, entre as sobrancelhas.
Tara Verde
Tara Verde – A Heroína Libertadora – Também chamada de a Mãe de todos os Buddhas. Tara representa a grande Sabedoria de onde nascem todas as realizações. O poder do mantra de Tara purificação dos oito medos e superação dos obstáculos. Ao longo da história muitos grandes mestres do budismo tibetano refugiaram-se em Tara no caminho à Iluminação.
MANTRA:
OM significa os sagrados corpo fala e mente de Tara,
TARE é a liberação do sofrimento verdadeiro o sofrimento do samsara nossos agregados que estão sob o controle da desilusão e do karma,
TUTTARE significa a liberação dos Oito Grandes Medos – internos, externos e secretos – das desilusõe e também do karma,
TURE é a liberação da ignorância da absoluta natureza do Eu, revela a verdadeira cessação do sofrimento,
SOHA significa “possa o significado do mantra se enraizar na minha mente”.
Tara Verde é considerada como a consorte espiritual de Amogasiddhi, o Dhyani Buddha. Na tradição Lamaista, Tara está encarnada em toda mulher.
Vajrasatva
Vajrasatva – O Buda da Purificação
Vajrasatva (Sanskrit: वज्रसत्त्व, Tibetan: རྡོ་རྗེ་སེམས་དཔའ། Dorje Sempa), é o Bodhisatva da Purificação e representa a pureza da consciência última da realidade. Ele também é chamado o Buda Primordial de todas as mandalas.
OM VAJRA SATVA HUNG
Vajrasatva é a manifestação da pureza de corpo, fala e mente de todos os Buddhas. A recitação de seu mantra remove as negatividades e obscurecimentos da mente, permitindo a manifestação da natureza búdica nos seres sencientes. Como um Bodhisatva, Vajrasatva viu que todos os seres sofrem por causa do karma negativo deles e fez um voto de liberar a todos deste karma.
Ver Mantra de 100 sílabas, karma, voto, bodhisatva, Sino e Dorje.
Atenção Plena
Existe uma solução para todos os problemas. Quer tenhamos problemas com relacionamentos, saúde, trabalho ou estejamos a experimentar uma falta generalizada de alegria de viver, a atenção plena ou Mindfulness é a resposta. Quando desenvolvemos atenção plena, abrimo-nos ao momento presente. E estarmos totalmente conscientes do presente dá-nos o poder para mudar toda a nossa vida.
A prática da atenção plena ou Mindfulness desempenha um papel importante no budismo. Quando a nossa mente está desperta em cada momento, temos consciência do impacto que as nossas acções exercem sobre nós mesmos, sobre os outros seres humanos e sobre o nosso meio ambiente. Quem pratica Mindfulness ou atenção plena está consciente do Samsara, do ciclo perpétuo de ser, e por isso cria conscientemente a sua vida para benefício de todos os seres sencientes.
As nossas mentes são incrivelmente poderosas. Têm a capacidade de se focarem, concentrarem, estarem conscientes, alerta e calmas. No entanto, as nossas mentes assemelham-se mais a um macaco endiabrado. Saltam por todo o lado, numa enorme excitação e nervosismo ou estão sonolentas e paradas. Mesmo quando queremos focar-nos, deslocamo-nos de um pensamento para o próximo e depois para o próximo, completamente fora de controlo. Podemos mudar isto.
A atenção plena é uma competência e pode ser aprendida, mas apenas através do treino. Tulku Lobsang partilha métodos específicos para aumentar o poder da mente. Aprenda a reconhecer as nove etapas que a mente atravessa no seu desenvolvimento. Familiarize-se com os obstáculos mais comuns, bem como com as formas de os ultrapassar. Comece a rejubilar na verdadeira natureza da sua mente, que é alerta, consciente e equânime.
Yoga dos Sonhos
Quando estamos acordados sabemos que um sonho é apenas uma ilusão. Mas, mesmo assim, quando estamos na ilusão, não sabemos que é uma ilusão. A nossa consciência está tão confusa, muda tanto! Através da prática do Ioga dos Sonhos, aprendemos a reconhecer a ilusão. Isto ajuda-nos a entender que mesmo a nossa vida acordada é uma ilusão.
Com uma combinação de mantras e técnicas de visualização, a meditação dos sonhos permite-nos manter a consciência durante os sonhos, para os utilizarmos em nosso benefício. Conseguimos afectar o sonho de maneira a lançar alguma luz sobre a derradeira natureza da realidade e da mente. Por exemplo, podemos transformar pequenos objectos em grandes objectos e vice-versa. Podemos unir vários objectos num só. Podemos mudar o nosso corpo e transformá-lo — por exemplo, para ficarmos com cem braços. Podemos ver divindades e fazê-las desaparecer de novo.
Embora o que vejamos num sonho não seja real, o que sentimos é real — medo, alegria, etc. Não reconhecer estas experiências como ilusórias cria sofrimento. A definição de inferno é ilusão. Por isso, aprendendo a entender a ilusão, desenvolvemo-nos a nós mesmos e à nossa felicidade de forma significativa.
Astrologia
A astrologia tibetana (Tibetan: དཀར་རྩིས, Wylie: dkar rtsis) é parte importante da cultura tibetana. Está perfeitamente integrada no dia-a dia e orienta as principais decisões. É ainda um complemento da medicina tibetana; a astrologia contribui com sabedoria, enquanto que a medicina contribui com o método. Os tibetanos usam a astrologia há milhares de anos como um instrumento para se entenderem melhor a si mesmos — inclusive a sua saúde e sorte — e aos factores externos das suas vidas.
A astrologia tibetana funciona com base no princípio lógico da interdependência. Nada neste universo funciona de maneira independente. Existimos 100% em interdependência. Isto significa que nada é aleatório. A partir de uma coisa, é possível descobrir tudo.
Geralmente, a base da astrologia tibetana são os cinco elementos. Todos os elementos se resumem no tempo e se deslocam de maneira previsível. O tempo equivale a um sexto elemento. Assim, se conhecermos os princípios básicos do tempo, é possível apanhar os elementos. Utilizando o tempo, é possível descobrir quando e onde algo acontecerá, a que horas acontecerá e quais os elementos envolvidos. Estamos completamente dependentes dos elementos. Não temos um controlo directo sobre eles. Limitamo-nos a seguir o movimento dos elementos. Assim, se soubermos quando os elementos estarão de determinada maneira, saberemos como estaremos nesse momento.
A astrologia tibetana está muito ligada ao budismo tibetano. Tradicionalmente, quase todos os praticantes de astrologia no Tibete eram monges. Para um entendimento correcto, é necessário possuir uma perspectiva profunda da psicologia tibetana. A astrologia tibetana é tanto um resultado de treino mental, como é o caso da meditação, de desenvolver uma consciência e intuição aguçadas, como é o resultado de cálculos astrológicos especializados. É uma prática de compaixão.
As alterações dos elementos segundo os ciclos astrológicos afectam o nosso corpo e o funcionamento dos órgãos. Um bom médico precisa de entender isto, especialmente quando efectua o diagnóstico pelo pulso. Caso contrário, dado que o pulso da pessoa muda segundo as alterações sazonais, pode acontecer um erro no diagnóstico.
A astrologia tibetana ensina-nos que fazemos parte de ciclos universais. Podemos pensar que agimos de maneira independente, mas isso não passa de ilusão e ignorância. Estamos completamente dependentes destes ciclos e somos afectados por eles — a nível mental, físico e energético. É prudente entender isto e harmonizarmo-nos com estas mudanças. Isso ajudar-nos-á a ser mais felizes e saudáveis.
Rigpa
Rigpa é a luz clara, a verdadeira natureza da nossa mente. É o estado de pura consciência. É a sabedoria que existe para além de todas as limitações e através da qual conseguimos conhecer tudo.
O que vemos agora é o reflexo da nossa ignorância. Escapa-nos sempre alguma coisa e, por isso, temos sempre uma visão errada. Isto causa-nos grande sofrimento. Estamos a observar tudo através da lente da mente conceptual, que lança sempre uma sombra e tem muitas limitações. Não conseguimos ver através desta lente, e consequentemente não conseguimos ver a nossa verdadeira natureza. Precisamos de ir mais fundo, mergulhar na parte mais profunda do oceano. Quando lá chegarmos, ficaremos a saber tudo e a ver tudo sem pensar. Esta é a percepção directa, como quando observamos com os olhos. Os olhos nunca pensam. Vêem todas as coisas ao mesmo tempo.
No momento do sono e no momento da morte, atingimos naturalmente este estado. Normalmente, não compreendemos isto mas, através da prática e treino, é possível alcançar conscientemente este estado. É tão poderoso! Quando o alcançamos, libertamo-nos da visão errada e abandonamos o sofrimento.
Esta prática não integra técnicas nem conceitos nem meditação. Ao praticar Rigpa, deixamos simplesmente tudo como está e observamos. A mente é como água. Quando está parada, torna-se naturalmente límpida. Quando deixamos tudo tal como está, sem julgamentos ou reações e simplesmente percepcionamos o que existe, começamos a reconhecer a natureza da mente. Não fazer nada e deixar tudo como está é o mais difícil de tudo! Desta forma, usamos a nossa mente para observar a nossa mente. É assim que conseguimos conhecernos profundamente. Quando conhecemos a mente, conhecemos tudo.